A alta exorbitante do custo dos insumos, notadamente do aço, fez com que surgisse novamente a necessidade do debate a respeito de novos materiais e novos processos construtivos. O que será que há de nova tendência na construção civil?
O objetivo deste artigo é o de colocar um pouco de luz sobre este debate. Principalmente no que diz respeito ao uso de materiais não convencionais aplicados às estruturas de concreto, como o FRP (polímero reforçado com fibra).
Para quem trabalha com ensino, pesquisa e extensão, esta não é uma questão nova. O exemplo disso é o Comitê Técnico 303 IBRACON/ABECE, que foi criado em 2015, com a missão de promover a integração dos diversos setores da utilização de materiais não convencionais para reforço de estruturas de concreto (reforço estrutural, armaduras não metálicas e concreto reforçado com fibras), visando a integração do setor de projetos e materiais (ABECE).
Este comitê congrega vários pesquisadores, empresas fornecedoras de produtos, projetistas e construtoras. Ele trata de quatro grupos de trabalho específicos. São eles:
Os comitês técnicos possuem uma importância muito grande para o desenvolvimento de normas técnicas no Brasil. O FRP, por exemplo, ainda não tem uma norma técnica divulgada, mas já está em elaboração pelo Comitê Técnico 303. Trata-se de uma prática já recomendada no Brasil, e existem normas internacionais sobre o FRP, como as normas canadenses que dão diretrizes para o dimensionamento de estruturas utilizando esse reforço (CSA S806).
Existe também a norma ISO internacional 10406. Ela dá diretrizes para a caracterização das barras de FRP para uso em reforço. Já existem documentos importantes de organizações renomadas mundo afora e o Brasil vem caminhando, através dos comitês técnicos, para alcançar os avanços ao redor do planeta.
Primeiramente, é preciso explicar o motivo pelo qual os materiais são chamados de não convencionais.
De acordo com o dicionário Oxford Languages, convencional significa “relativo à convenção ou que dela resulta; que é de uso ou de praxe; consolidado pelo uso ou pela prática”. Portanto, o não convencional é aquilo que veio para quebrar uma prática comum, é aquilo que é pouco utilizado e não é a primeira opção que vem à cabeça.
Quando falamos em estruturas na construção civil, a primeira coisa que vem à mente é o aço. Porém, há anos, muitos pesquisadores já fazem uma série de observações no sentido de que existem outros materiais não metálicos. Materiais estes não convencionais e que podem ser aplicados a estruturas como alternativa a armaduras metálicas, estas sim consideradas de costume.
Para o professor e coordenador do Comitê Técnico 303 IBRACON/ABECE, Marco Carnio, o uso de materiais não convencionais envolve um olhar diferente para a estrutura nas construções. “É preciso um novo olhar para a produção, o projeto e toda a cadeia de suprimentos”, sugere.
Atualmente, o foco do comitê são fibras descontínuas colocadas dentro do concreto e barras não metálicas, que podem ser uma alternativa para a indústria da construção civil.
O polímero reforçado com fibra (FRP) é composto de resina de polímero plástico (resina de polímero plástico) e fibra de reforço. Após os dois materiais serem sintetizados em FRP, ele não só pode manter as características de seu material original, como também fortalece o desempenho geral do FRP, melhorando consideravelmente a força e rigidez do novo material. (Holy Core Composite).
Apesar de acreditar que FRP é uma alternativa extremamente viável para a indústria da construção civil, Marco Carnio explicou, durante a sua participação no 94º ENIC, que não se trata de uma panaceia, onde chegou o fim do aço e tudo será substituído. Para o professor e pesquisador, o mais importante neste debate é oferecer subsídios para que as construtoras não permaneçam reféns de um único insumo, de uma única solução.
“Pode ser que alguma solução seja até mais cara, com um material que não seja metálico, mas também pode ser que seja mais barata. Mas o fato de haver mais de uma alternativa, isso é que é importante para que não haja uma solução única e disponível para aplicação nas construções no Brasil”, pontua Carnio.
Para pesquisadores como Marco Carnio e Roberto Christ, doutor em engenharia civil e professor da UNISINOS, o primeiro ponto é não se prender apenas à questão do custo final do material.
Para que alternativas não convencionais, como o FRP, tenham mais penetração no mercado é preciso que haja um rompimento de paradigmas. O processo de produção deve ser repensado e a criatividade deve ser incentivada.
É natural que na construção civil o caminho escolhido seja aquele que aparenta ser mais seguro, pois já é mais conhecido. Mas ao reestabelecer processos, as construtoras irão evoluir e se adaptar às novidades de uma forma que consigam romper alguns paradigmas.
Outro ponto importante é a parceria entre as construtoras e as universidades, através de grupos de pesquisas, atividades de extensão etc. Esta união poderia acelerar a evolução do mercado e da indústria. Existem muitos espaços em universidades para serem desenvolvidas parcerias com empresas e soluções para o mercado e isso pode ser útil para a sociedade, pois ajuda no desenvolvimento tecnológico do país e alivia a dor de muitos. Por isso é uma tendência na construção civil.
Mas, e na prática, no canteiro de obra, o que precisa ser feito?
Para Roberto Christ, é preciso projetar a estrutura pensando no FRP. Tecnicamente já está provado que o FRP é uma solução viável, porém ao projetar a estrutura utilizando os benefícios será possível viabilizar a solução economicamente.
Por mais que a resina utilizada na fabricação do FRP provenha do petróleo, a produção e o consumo de energia utilizado para produzir as barras de FRP são muito menores do que para produção do aço. Em termos de sustentabilidade, portanto, a liberação de CO² no processo é muito menor, o que faz da barra de FRP um produto mais sustentável.
Outra vantagem deste material não convencional é a durabilidade, pois ele tem degradação menor do que o aço. Com isso, não há problema em garantir os 50 anos de vida útil exigidos para as construções.
A verdade é que todo produto tem forma adequada de manuseio, aplicação e manutenção. Se utilizado da forma correta, o FRP pode, inclusive, apresentar elasticidade e resistência ao cisalhamento iguais ou superiores ao do aço.
Por último, mas não menos importante, há o destaque para os procedimentos de intervenção para reforço de estrutura. Na hora de comparar o reforço com fibra de carbono com o reforço com o aço, o de aço é mais barato, porém a intervenção a ser feita na estrutura para executar o reforço acaba sendo menos onerosa com a fibra de carbono.
Muitas construtoras comparam apenas o valor do produto AÇO X FRP, mas existem outros custos a serem calculados. Uma grua, por exemplo, consegue levantar uma quantidade muito maior de tela de fibra de vido do que de aço e isso, com certeza, traz economia para a obra e agilidade, pois o transporte acaba sendo bem mais rápido também.
Algumas possíveis aplicações para FRP são:
A construção civil é considerada uma das grandes indústrias na geração de resíduos se comparada com as demais, todavia com o surgimento de novas tecnologias e os avanços científicos tornou-se cada vez mais viável não só a absorção dos mesmos, mas também o surgimento de novos materiais construtivos.
Neste artigo, foi possível apresentar uma nova tendência na construção civil que é o uso de FRP, o polímero reforçado com fibra. Além disso, discutimos o uso de materiais não convencionais no setor de uma maneira geral, bem como suas vantagens e limitações, além de aplicações para utilização na sociedade.
Tornou-se comum, principalmente na engenharia civil, a busca por um equilíbrio entre a sociedade, o meio ambiente e a economia a fim de minimizar os impactos que esse setor ocasiona. Somado a isso, vimos a importância de o setor não ficar preso à uma única solução, estando à mercê de aumentos de preços repentinos sem alternativas para driblar imprevistos do mercado.
Este conteúdo gratuito é oferecido para você pelo CV CRM – Construtor de Vendas, o único CRM 5.0 do mercado imobiliário da venda ao pós-venda. Contando com as soluções de prospecção, venda, relacionamento, gerenciamento e integração, o CV CRM te permite ter um panorama total da sua gestão comercial na tela do computador.
Da prospecção de leads à prestação de assistência, você garante otimização e agilidade em todos os seus processos internos. Acesse o site do CV e saiba mais!
Para conhecer mais sobre mercado imobiliário, gestão de vendas, corretagem de imóveis e outros assuntos atuais, acompanhe o blog e nos siga no Instagram.
Está achando que acabou? Não mesmo! Acompanhe outros posts aqui no Blog do CV!
Do primeiro contato à venda: o atendimento de leads é uma etapa decisiva para o…
Investir em um CRM pode aumentar a eficiência operacional e proporcionar uma vantagem competitiva para…
Otimize a gestão da sua incorporadora com um CRM imobiliário. Tenha bons processos, priorize a…
Utilizar ferramentas de vendas para incorporadoras é uma maneira de otimizar os processos do seu…
O Construsummit é um dos maiores eventos de construção civil da América Latina. Saiba agora…
Estar à frente no mercado imobiliário requer estratégias diferenciadas e campanhas imobiliárias capazes de converter…